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sábado, 18 de fevereiro de 2017

Filme: Moonlight (Oscar 2017)

“At some point you gotta decide for yourself who you´re going to be. Can´t let nobody make that decision for you”

Uma história sobre auto descoberta ao viver num bairro complicado de Miami. Observamos a evolução de um jovem desde criança até a idade adulta. Ele é uma personagem diferente dos outros que apenas está a tentar encontrar o seu caminho.

Drama


2016              (1h51min)


Atores principais: Alex R. Hibbert, Ashton Sanders (The Retrieval), Trevante Rhodes (Westword)


Tem a clssificação de 8.1 de 10 no site IMDs



Antes de começar a comentar o que achei do filme preciso de começar por dizer que o filme está relacionado com homossexualidade, não tem muitas cenas sobre isto mas o tema encontra-se presente. Portanto para quem não gosta desde tipo de filmes é melhor nem sequer ver.

Posto isto, tenho de dizer que não estava nada a espera que um filme assim estivesse nomeado nos oscares como categoria para melhor filme. Não só pelo tema da homossexualidade mas também por ser com pessoas de raça negra. Foi uma surpresa para mim. 

Sinceramente, nunca teria imaginado que alguma vez alguém fosse criar assim um filme.São tantos os pontos importantes e interessantes que acaba por ser difícil numera-los a todos e falar sobre eles.

O enredo está dividido em 3 partes. Na primeira parte que são mais ou menos os primeiros 38 minutos do filme são quando a personagem principal é mais pequena. A segunda parte e com ela um pouco mais velha, provavelmente no secundário. A última parte penso que é em adulto.

Outra coisa interessante sobre as três partes é que em cada uma delas a personagem principal tem como 3 nomes diferentes: Little, Chiron, Black.

Gostei muito da maneira como passamos de uma parte para a outra. Achei que foi no momento ideal para a transição das personagens e fiquei logo com vontade de saber o que tinha mudado de um tempo para o outro.



Logo desde o início do filme que nos apercebemos que Little não é como todos os outros meninos do seu bairro e por isso todos gozam com ele. Gostei bastante da sua personagem e foi muito bom poder ver esta situação pela perspetiva de um miúdo que já tenta perceber como a vida real funciona, quem são as pessoas da sua vida e quem ele é realmente. 

Ele próprio acaba por saber que é diferente dos outros mas fiquei com a sensação que era pelo facto de não ser como os outros meninos do bairro que eram muito mais violentos que ele. Acho que esta era a diferença que ele mais sentia.

Só não gostei muito do facto de as outras pessoas já terem uma perceção daquilo que little era. Quer dizer o rapaz não tinha menos de 12 anos e todos os seus colegas e até a sua própria mãe já o chamavam de “bicha”.

Algo que tive muitas dúvidas foi com a personagem principal. Desde o início da história que achei que ele era gay. Mas a medida que ia avançado começava a ter algumas dúvidas. O filme, que era o que eu tinha em mente, não é sobre um jovem que tenta viver com a sua sexualidade mas sim um filme sobre crescimento.  


Uma outra personagem que me surpreendeu foi o homem mais velho, Juan. Logo no início do filme ficamos com impressão que é um homem muito badass (não me consegui lembrar de outra palavra) mas com o desenvolvimento do filme vemos que é uma pessoa com um ótimo coração apesar de ser responsável pela venda de drogas no bairro.


Demonstra com isto que por vezes as pessoas têm de viver essas vidas não por que querem mas por que precisam de sobreviver e está é a única maneira que conseguem ou até mesmo que conhecem.

Acaba assim como a sua namorada por serem a verdadeira família de Little, visto que a sua mãe é uma viciada em drogas e não dava a devida atenção ao filho. No filme a razão par isto não é muito explorada mas é possível perceber que naquele lugar é algo que se consegue de forma muito fácil. No entanto a personagem passa por uma mudança e crescimento no filme, o que gostei muito que tivesse acontecido, para a tornar mais real.


O meu único problema foi com o início pois não estava a conseguir compreender qual era a verdadeira história ou quem eram as personagens individualmente mas rapidamente me apaixonei pelo filme e o comecei a compreender.

Mas existe uma cena em específico que foi a minha preferida, onde Little tem a capacidade e o à-vontade para fazer certas perguntas e o facto de Juan lhe responder com honestidade, sem esconder a verdade.


Outra coisa que achei interessante foi o facto de estas pessoas fazerem questão de preservarem a sua masculinidade. Tem de mostrar de todas as formas seja pela sexualidade, seja pelas conversas, como é o caso da cena da praia com a conversa sobre o facto de Kevin mencionar que não chora.

Portanto, reparei nisto bastante com a personagem de Kevin que fazia sempre questão de mencionar esses factos, como se estivesse a tentar justificar aquilo que ele quer que as outras pessoas pensem dele, assim como aquilo que ele tem de pensar dele mesmo. Se for capaz de se enganar a ele próprio com certeza que vai conseguir convencer os outros. 


A parte que me deixou mais frustrada foi a maneira como a segunda parte acabou. Não estou a referir-me em termos técnicos mas sim com o que acontece com a personagem. E aqui que observamos as injustiças. 

Como o facto de que um constante bullying pode levar uma pessoa a cometer algumas loucuras. A culpa não foi totalmente da nossa personagem principal. Chegou a uma altura em que teve de escolher como iria enfrentar o problema. Ele tinha duas opções e consigo perfeitamente perceber a sua escolha. Deveria era ter sido mais esperto na escolha do lugar, deveria ser um sítio mais privado como tinha acontecido com ele, pois esta pessoa acabou por se visto como coitadinha quando a culpa tinha sido dela.


Não posso deixar de falar sobre a linguagem do filme que é bastante característica. Mas também não poderia ser de outra maneira. Ainda bem que não tentaram mudar isso, pois usaram algo bastante característico destas pessoas. Sem isso, a história nem faria sentido.



Categoria nos oscars:

- Actor in a Supporting Role (Mahersala Ali)
- Actress in a Supporting Role (Naomie Harris)
- Cinematography
- Directing
- Film Editing
- Music (Original Score)
- Writing (Adapted Screenplay)


Trailer legendado:




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