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sábado, 18 de março de 2017

Filme: Lion (Oscar 2017)

“I´m starting to remembre a life I had forgotten”

 “- What if you do find home and they´re not even there? Then you just keep serching?

 - I don´t have a choice”

Saaro é um menino de 5 anos que vive na Índia com a sua família até que acaba por se perder. Fica completamente sozinho.
Anos depois, já Saaro é mais velho começa a procurar o paradeiro da sua verdadeira família.

Drama

2016              (1h58min)

Atores principais: Sunny Pawar, Dev Patel (Skins, Slumdog Millionaire), Nicole Kidman (The Hours, Far and Away)

Tem a classificação de 8 de 10 no site IMDs.

Baseado em factos reais.



Logo do começo do filme que nos apercebemos que as nossas personagens vivem numa zona de grande pobreza e que fazem todos os possíveis para sobreviverem.

Notasse a generosidade destes rapazes ao tentarem ajudar a mãe a sustentar a família sempre que podem. 

Reparamos logo que estamos perante pessoas muito humildes. 


Desde o momento em que o irmão o deixou sozinho na estação de comboios que dava imediatamente para perceber que não iria acabar por correr nada bem.

Esta parte deixou-me muito agoniada por que não conseguia parar de imaginar como seria se esta situação acontecesse comigo. Ele para além de estar muito afastado da sua família encontra-se num local onde as pessoas não falam a mesma língua.

As pessoas estão demasiado preocupadas com as suas próprias vidas que nem se apercebem que algo não está bem. Ou então apercebiam-se mas não queria fazer nada para não lhes dar trabalho.


O filme foi muito importante em termos de descobrir em quem se pode ou não confiar. Nem sequer consigo perceber como é que um menino tão pequeno foi capaz de perceber quando o pode ou não fazer.

Para além de mostrar isto acaba também por mostrar ao telespetador que ainda existem pessoas que querem praticar o bem tanto como a família que o adotou como com as pessoas que permitiram que ele tivesse uma casa.

Algo que estou a verificar que se encontra nestes nomeados para os oscars é que nos filmes em que existe um desenvolvimento físico das personagens a passagem do tempo está sempre muito bem conseguida.

São sempre nas partes mais importantes e necessárias para que se perceba o seu crescimento psicológico e servem bem para perceber aquilo em que Saroo se tornou ou até mesmo porque toma determinadas opções.


20 Anos depois, percebemos que o passado de Saroo o continua a perseguir.
Parece que ele apesar de ter uma boa vida e uma boa relação lhe continua a faltar uma parte. Esse acaba por ser o problema.
De facto é fácil perceber as diferenças de vidas que ele tem vivido, ou seja, a vida de pequeno em que ele é pobre e depois a sua vida adulta, onde isso não é um problema. Ele sente que tem demasiado comparado com o que a sua verdadeira família deve ter passado.

 Até nós que estamos a ver o filme acabamos por nos esquecer que existe um outro lado que também sofre. A sua verdadeira família deve sentir-se demasiado culpada por o terem “abandonado”, sem, saberem se quer se ele está vivo.

Assim que lhe dão uma possível solução conseguimos perceber porque toma a decisão que toma. No entanto, o insucesso acaba por o deixar demasiado frustrado.

O fim deixou-me com uma sensação de alívio, de felicidade e confesso com algumas lágrimas. Desde o início que torcia com este final e foi bom o poder ter.

Ainda mais especial é a forma como este final acaba por acontecer. Parece algo absurdo. Como é que foi possível? 

Saroo era mesmo uma pessoa especial. Eu nunca me conseguiria lembrar de todas aquelas memórias. Deixa-me muito mais impressionada por ter sido a maneira real. Por ter mesmo acontecido daquela maneira. 



 Todos os atores desde filme fizeram um ótimo trabalho a representarem estas personagens. 

Quero especialmente referir-me o “ator” que fazia do pequeno Saara. Descobri através de entrevistas que o rapazinho nunca tinha atuado. Neste filme foi a sua primeira vez. Se não tivesse descoberto isto aqui, isso nunca me passaria pela cabeça.

Antes de ver o filme fazia-me confusão o nome da Nicole Kidman, por aparecer tão pouco no filme, mas afinal consigo perceber a razão. Todas as vezes que aparecia no meu ecrã, eu acreditava sempre na sua performance. Apesar de ela ser uma atriz muito conhecido, este foi o primeiro filme que vi com ela.


Todos os filmes que retratam de alguma forma a vida de uma pessoa “verdadeira” são sempre os meus preferidos e este não poderia ser diferente. Vai fazer sem dúvida parte da minha vida.

O facto do filme se passar num local fora de hollywood tornou muito melhor a experiência. Foi muito bom poder conhecer um pouco mais de outras culturas. Acabamos por poder observar melhor o nosso mundo, que por vezes, temos tendência a esquecer o quanto ele é enorme. Cheio de pessoas e situações, que a nós nos passa ao lado.


Categorias no Oscar: 

- Melhor filme, Supporting ator (Dev Patel) e atriz (Nicole Kidman)

- Adapted Screenplay, Original Score, Cinematography


Trailer legendado:



sábado, 11 de março de 2017

Filme: Arrival (Oscar 2017)

“If you could see your whole life from start to finish, would you change things?”

“Despite knowing the journey and where it leads… I embrace it. And I welcome every moment of it”

“Language is the Foundation of civilization. It is the glue that holds a people together. It is the first weapon drawn in a conflict”

“We´re a world with no single leader. It´s impossible to deal with just one of us”


Naves alienígenas chegam a terra e com isto a Dr. Louise Banks (que é uma linguista) é levada até eles para tentar comunicar e descobrir o motivo porque estão na Terra.


Drama, Mistério, Ficção científica

2016             (1h56min)

Atores principais: Amy Adams (Enchanted, Batman Vs Superman: Dawn of justice) , Jeremy Renner (Thor, The Avengers, Caption America: Civil War)

Tem a classificação de 8.1 de 10 no site IMDs





Estava com bastante curiosidade para ver este filme pois como o tema são os extraterrestres, queria rapidamente perceber a razão por que estava a concorrer como melhor filme.

Tenho de confessar que nunca vi muitos filmes com este tema. E aqueles que vi foram em filmes para jovens portanto este é o meu primeiro contacto com um filme assim.



Apesar de não ter gostado da maneira como começou consigo perceber a razão por que era necessária a introdução. Era uma forma de conseguirmos perceber as motivações da doutora para justificar as suas decisões.

Verifica-se logo que a diferença entre um civil e uma pessoa com algum poder (coronel) que pertence ao Estado. Reparei nisto, na primeira vez que existe assim uma interação.

Enervou-me o facto de que o coronel, de certa forma estava a rebaixar a doutora. Como se a maior perda fosse para ela e não para ele, até mesmo quando a “acusou” de se querer aproveitar da situação, quando o seu único objetivo era ajudar. Com certeza que a doutora é que sabe em que condições é que ela conseguiria decifrar a situação.



Começo agora a perceber a razão pela qual este filme foi escolhido. Ele não está só relacionado com os extraterrestres como também na forma como os seres humanos reagem a uma situação pela qual nunca tinham passado. O desconhecido é sempre muito temido.

No entanto, a primeira experiência que a doutora teve com eles, quase que me deixou arrepiada e também com medo. Não seria algo que eu teria coragem de fazer. Especialmente quando tem de estar constantemente a fazer as mesmas coisas repetidamente até arranjarem alguma solução e pistas.

Pelo mundo como era de esperar, começa a existir a desordem.
Como é algo desconhecido e as pessoas não sabem se aquela “nave” vai ter precursor positivas ou negativas, ficam apreensivas. Então, começam a fazer o que o ser humano melhor sabe fazer:  sobreviver sem medirem as suas atitudes. Não importa quem possam magoar pelo caminho. Quase como se fosse um por um, o coletivo e o bem-estar deixam de ser importantes.


O filme acaba por não ser a tentativa de fugir aos eliens, que é ao que estou habituada mas sim na tentativa de conseguirem comunicar uns com os outros. Demostra a importância de precisarmos de uma língua universal (o inglês) para que exista um melhor entendimento no Mundo e para que a comunicação seja mais fácil e imediata. Seria muito mais caótica. Logo podemos trazer este filme para a vida real por causa desse aspeto.

No entanto mesmo com eles a partilharem a mesma língua os problemas continuam. Como diz no filme, como não existe um líder principal e sim vários que são representativos dos países, cada um tem uma ideia diferente e com isto torna-se impossível a cooperação entre todos.

O medo também acaba por ser uma forma de tomada de decisões precipitadas levadas apenas pelo medo. Já temos aprendido ao longo da nossa história, que quando existe demasiado medo tendemos a resolver os problemas usando a violência e as armas. O facto de este ter sido o caso acaba por complicar tudo pois estão a tomar logo uma posição de ataque e não de entendimento.


Este filme também me deixou muitas vezes frustrada mas também bastante animada e com uma enorme vontade de chegar ao final para poder finalmente descobrir qual é o verdadeiro propósito dos aliens na terra.

Algo que contínua muito presente é a história do início, da vida pessoal da nossa doutora, que a parece perseguir durante toda a sua jornada. Estará a apelar ao seu lado maternal, pois apesar de tudo é isso que ela sente em relação as criaturas.

Acaba por se tornar uma pessoa amiga. Existe bastante presente um respeito mútuo por parte das duas partes. Acredito que foi isto que fez com a Doutora conseguisse descobrir tantas coisas em relação aos aliens, ela tentou conectar-se com eles.

A medida que nos íamos aproximando do final começavam as verdadeiras dúvidas mas que rapidamente acabávamos também por ter as respostas necessárias par compreender o propósito dos aliens em terra. 


O filme foi sem qualquer dúvida a maio revelação dos filmes que vi até agora para a categoria de melhor filme. Finalmente consegui perceber a razão da escolha desde filme para uma categoria tão importante.

Tudo foi muito bem pensado, referindo-me mais ao facto de como os aliens comunicavam e pela criação da linguagem. A qual continuo sem entender absolutamente nada.

Estava muito bem escrito. De uma forma que acaba por ser acessível para todo o tipo de pessoas. Mas que não deixava de ter a sua percentagem de informação científica para a compreensão. 



Categoria nos Oscars:

- Cinematography
- Directing
- Film Editing
- Production Design
- Sound Editing
- Sound Mixing
- Writing (Adapted Screenplay)

Trailer legendado: