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sábado, 30 de maio de 2015

A minha Mãe

Neste post vou falar da única pessoa bastante próxima de mim que admiro que é a minha mãe, o meu ídolo.

Sei que é um pouco cliché dizer isto mas acho que é importante quando conseguimos explicar o porquê. Está relacionado com o divórcio dela com o meu pai. Não sei se ainda acontece muito mas para muitas pessoas é quase visto como um crime, porque foi feita uma promessa perante Deus que quando se casam é necessário duas pessoas permanecerem juntas “para sempre”. Os meus avós era exatamente isto que achavam, que ela apesar de já não querer estar com o meu pai, tinha de o fazer por ser a sua obrigação. A obrigação de uma mulher.

A ideia de ser uma mulher independente era algo que para eles não existia. Portanto foi um enorme choque. No início não aceitaram e simplesmente deixaram de falar para a minha mãe que só estava a tentar ser feliz. Agora sei que não deve ter sido uma decisão nada fácil para ela e neste momento já a consigo admirar por isso. Ter de voltar a conquistar os pais não deve ter sido nada fácil, mas isto é a prova de que devemos fazer o que achamos que é melhor para nós e não o que as outras pessoas pensam que é. A nossa própria felicidade é o mais importante. Se as outras pessoas não querem entender talvez não devam continuar nas nossas vidas.
Agora já está tudo bem mas demorou bastante para que os meus avós conseguissem mudar de ideias, é o que dá viver numa aldeiazinha onde quase não existe vida e estão afastados do “mundo real”.

Uma outra razão está relacionada com o seu trabalho de ser diretora de uma escola.

Pode parecer uma profissão fácil mas só quem esta por dentro da situação é que pode realmente sentir o peso e a responsabilidade que é. Nem eu nem talvez ela própria alguma vez tínhamos pensado que a sua vida seria esta. Deixar de ser professora, que era algo que ela adorava para passar a ser algo apenas para conseguir manter um trabalho e para dar a mim e a minha irmã a melhor vida possível.

Passou a ter problemas em dormir e a estar sempre em contacto com a escola mesmo estando de férias, o que acontece imensas vezes. Estamos nós, por exemplo, na praia ou a almoçar e ela a tratar de assuntos relacionados com a escola. Pois se algo corre mal a culpa é inteiramente dela, ela é que tem de dar a cara mesmo quando não fez as asneiras.