“I´m starting to remembre a life I had forgotten”
“- What if you do
find home and they´re not even there? Then you just keep serching?
- I don´t have a
choice”
Saaro é um menino de 5 anos que vive na Índia com a sua família até que acaba por se perder. Fica completamente sozinho.
Anos depois, já Saaro é mais velho começa a procurar o paradeiro da sua verdadeira família.
Drama
2016 (1h58min)
Atores principais: Sunny Pawar, Dev Patel (Skins, Slumdog Millionaire), Nicole Kidman (The Hours, Far and Away)
Tem a classificação de 8 de 10 no site IMDs.
Baseado em factos reais.
Logo do começo do filme que nos apercebemos que as nossas
personagens vivem numa zona de grande pobreza e que fazem todos os possíveis
para sobreviverem.
Notasse a generosidade destes rapazes ao tentarem ajudar a
mãe a sustentar a família sempre que podem.
Reparamos logo que estamos perante pessoas muito humildes.
Desde o momento em que o irmão o deixou sozinho na estação de
comboios que dava imediatamente para perceber que não iria acabar por correr nada bem.
Esta parte deixou-me muito agoniada por que não conseguia
parar de imaginar como seria se esta situação acontecesse comigo. Ele para além
de estar muito afastado da sua família encontra-se num local onde as pessoas
não falam a mesma língua.
As pessoas estão demasiado preocupadas com as suas próprias
vidas que nem se apercebem que algo não está bem. Ou então apercebiam-se mas
não queria fazer nada para não lhes dar trabalho.
O filme foi muito importante em termos de descobrir em quem
se pode ou não confiar. Nem sequer consigo perceber como é que um menino tão
pequeno foi capaz de perceber quando o pode ou não fazer.
Para além de mostrar isto acaba também por mostrar ao
telespetador que ainda existem pessoas que querem praticar o bem tanto como a
família que o adotou como com as pessoas que permitiram que ele tivesse uma
casa.
Algo que estou a verificar que se encontra nestes nomeados
para os oscars é que nos filmes em que existe um desenvolvimento físico das
personagens a passagem do tempo está sempre muito bem conseguida.
São sempre nas partes mais importantes e necessárias para
que se perceba o seu crescimento psicológico e servem bem para perceber aquilo
em que Saroo se tornou ou até mesmo porque toma determinadas opções.
20 Anos depois, percebemos que o passado de Saroo o continua
a perseguir.
Parece que ele apesar de ter uma boa vida e uma boa relação lhe continua a faltar uma parte. Esse acaba por ser o problema.
Parece que ele apesar de ter uma boa vida e uma boa relação lhe continua a faltar uma parte. Esse acaba por ser o problema.
De facto é fácil perceber as diferenças de vidas que ele tem
vivido, ou seja, a vida de pequeno em que ele é pobre e depois a sua vida adulta, onde isso não é um problema. Ele sente que tem demasiado comparado com o que a sua verdadeira família deve
ter passado.
Até nós que estamos a
ver o filme acabamos por nos esquecer que existe um outro lado que também sofre.
A sua verdadeira família deve sentir-se demasiado culpada por o terem
“abandonado”, sem, saberem se quer se ele está vivo.
Assim que lhe dão uma possível solução conseguimos perceber
porque toma a decisão que toma. No entanto, o insucesso acaba por o deixar
demasiado frustrado.
O fim deixou-me com uma sensação de alívio, de felicidade e
confesso com algumas lágrimas. Desde o início que torcia com este final e foi
bom o poder ter.
Ainda mais especial é a forma como este final acaba por
acontecer. Parece algo absurdo. Como é que foi possível?
Saroo era mesmo uma
pessoa especial. Eu nunca me conseguiria lembrar de todas aquelas memórias.
Deixa-me muito mais impressionada por ter sido a maneira real. Por ter mesmo
acontecido daquela maneira.
Quero especialmente referir-me o “ator” que fazia do pequeno
Saara. Descobri através de entrevistas que o rapazinho nunca tinha atuado.
Neste filme foi a sua primeira vez. Se não tivesse descoberto isto aqui, isso
nunca me passaria pela cabeça.
Antes de ver o filme fazia-me confusão o nome da Nicole
Kidman, por aparecer tão pouco no filme, mas afinal consigo perceber a razão.
Todas as vezes que aparecia no meu ecrã, eu acreditava sempre na sua
performance. Apesar de ela ser uma atriz muito conhecido, este foi o primeiro
filme que vi com ela.
Todos os filmes que retratam de alguma forma a vida de uma
pessoa “verdadeira” são sempre os meus preferidos e este não poderia ser
diferente. Vai fazer sem dúvida parte da minha vida.
O facto do filme se passar num local fora de hollywood tornou muito melhor a experiência. Foi muito bom poder conhecer um pouco mais
de outras culturas. Acabamos por poder observar melhor o nosso mundo, que por
vezes, temos tendência a esquecer o quanto ele é enorme. Cheio de pessoas e
situações, que a nós nos passa ao lado.
Categorias no Oscar:
- Melhor filme, Supporting ator (Dev Patel) e atriz (Nicole Kidman)
- Adapted Screenplay, Original Score, Cinematography
Trailer legendado: